segunda-feira, 11 de junho de 2012

A sopa plástica da humanidade

electromundoUm dos resultados do consumismo desenfreado é a geração excessiva de resíduos descartáveis, em outras palavras, o LIXO, que pode ser de origem gasosa, sólida ou líquida, depositados em terrenos destinados a recebê-los ou simplesmente largados na rua, causando enormes impactos à natureza.
É o que vem ocorrendo nos Oceanos, com as Ilhas de Plástico que aumentam a cada dia. Por ser tão barato, popular e descartável, o plástico torna-se o elemento mais volumoso em nossa rotina cotidiana, e consequentemente também em aterros, lixões, rios e oceanos.
A tão sonhada “comodidade” da vida moderna vende a ilusão de quão gratificante é viver no mundo hoje. A vida mais fácil uma dádiva existencial. Sacos, sacolas, garrafas, caixas e embalagens, tudo é lixo descartável. A conveniência estimula o consumo impulsivo: imagine você entrando em supermercado para comprar uma escova de dente, por exemplo, e passando em frente a prateleira de refrigerante sente vontade de beber agua açucarada e gaseificada, você segue até aquele imenso painel colorido onde ficam expostas as latas e garrafas plásticas, apanha aquele de sua preferência, vai ao caixa paga e sai bebendo, depois disso, com altas doses de açúcar na corrente sanguínea, a embalagem é descartada; que tamanha praticidade não é mesmo, agora imaginemos, se em vez de lata, esse líquido aditivado e colorido fosse vendido em embalagens retornáveis, vidro por exemplo, ou o denominado "casco", você teria que ter junto o vasilhame para poder fazer a compra, ou pagar mais caro para levá-lo consigo, e consequentemente não iria descartá-lo por que da próxima vez ele seria reutilizado e assim sucessivamente, porém muitos tem seus motivos para divergir desta tese, dizendo que seria um retrocesso, uma regressão, até mesmo falta de liberdade de escolha, mas agora vamos inverter a relação desta cadeia consumista, em vez disso, as empresas teriam que arcar com o custo ambiental - que aliás não existe no cenário capitalista contemporâneo - os fabricantes seriam obrigados a recolher todo o material descartado oriundo deste processo de fabricação e consumo. Será que a tese  do retrocesso seria mantida? 
Infelizmente estas ideias parecem ser utópicas, mas servem para demonstrar o quanto a máquina consumista exerce influência sobre o comportamento de compra dos indivíduos, e tudo isso acontecendo dentro de um planeta onde o lixo cresce de maneira proporcional a uma população colossal, e consequentemente vai se tornando parte das paisagens e dos ecossistemas. Aliado a esse fator existe ainda a precariedade de políticas públicas de descarte de resíduos onde se pode ver nitidamente a influência das grandes corporações envolvidas em jogo, e o problema de base educacional de uma população que sofre amnésia crítica, sendo assim, vamos convivendo com as consequências desse lamentável cenário, causando danos irreparáveis ao planeta, à fauna animal e consequentemente a nós mesmos.
Milhões de toneladas de resíduos plásticos boiam pelos oceanos, e em alguns lugares formam amontoados colossais de lixo, como a Ilha de Plástico do Pacífico, situada entre a costa da Califórnia a meio caminho do Japão, com uma área maior do que o tamanho dos estados de São Paulo, Minas Gerais e Espírito Santo juntos, e a Ilha de Plástico do Atlântico Norte, mais recentemente descoberta, localizada numa área de convergência próxima ao Estado norte americano da Geórgia.
Grande quantidade desta matéria plástica acaba voltando para nosso organismo através dos peixes, que ingerem minúsculos detritos oriundos da decomposição do plástico. Isso significa, que, em outras palavras, quem se alimenta de peixe também corre o risco de estar comendo plástico e todas suas toxinas, que podem ter efeitos devastadores em nosso organismo, como por exemplo, doenças cancerígenas. 
Esse, infortunadamente, representa o ciclo vicioso que molda nossa rotina de seres que se julgam racionais e sociais, se nutrindo da necessidade consumista para aumentar e gerar riqueza para uma minoria, e mais  emprego alienante para trazer renda econômica a uma maioria que consequentemente irá revertê-la em consumo novamente. E o ciclo econômico, em meio ao consumo e ao lixo, segue sua trajetória. 
Mudar este atual paradigma, dependerá da emersão de uma consciência coletiva, um rompimento com certas práticas inquestionáveis até então. Avançamos rumo a uma nova era, onde teremos que fortificar nossa bagagem de conhecimento, ter paciência para olhar e ter domínio sobre desejos e vontades.
Portanto eis um antigo ditado oriental para reflexão: “O seu lixo sempre volta à sua porta, cabe a você escolher a cara dele!”

Nenhum comentário:

Postar um comentário

Espaço aberto para opiniões, criticas, sugestões e interpretações, sinta-se à vontade.

Related Posts Plugin for WordPress, Blogger...