segunda-feira, 11 de junho de 2012

Camiseta, desde sempre a alternativa!

camiseta
A camiseta, figurino em "Juventude Transviada"
Talvez hoje a peça de roupa mais usada e versátil presente no guarda roupas. A camiseta tal como ela é hoje, nasceu no início do século XX, na Europa, quando era usada como roupa de baixo para proteger os homens da transpiração e do frio. Os trabalhadores braçais da época, para não rasgar as camisas, usavam só as camisetas para trabalhar.
Vem a 1ª Guerra em 1914, e para ficarem mais confortáveis dentro de seus uniformes, os soldados europeus usavam por baixo camisetas de algodão. Os americanos, morrendo de calor dentro de seus uniformes de lã, adoraram a novidade e a levaram aos Estados Unidos. Seu design em forma de T levou a peça a ficar conhecida como T-shirt em inglês.
Já na 2ª Guerra a camiseta torna-se peça chave dos uniformes da marinha e do exército americano. Sendo considerada ainda como peça de baixo, mas o publico acostumava-se a ver nas revistas, fotos dos soldados com as camisetas ao fazerem trabalhos pesados ou em lugares quentes.
A partir da década de 50, começam a emergir movimentos de rebeldia e contestação entre os jovens norte-americanos contra o conservadorismo ortodoxo que imperava na sociedade. A camiseta até então era considerada uma peça intima, tanto quanto uma cueca ou uma calcinha. Filmes começam a retratar esse fenômeno social anti-conservador dando destaque para as novas formas de se vestir. A primeira camiseta aparece no cinema, vestida por Marlon Brando no filme “Um Bonde Chamado Desejo” e posteriormente reafirmada por James Dean no clássico “Juventude Transviada”. A partir daí a camiseta passa a fazer parte da indumentária das pessoas também na vida civil se tornando sinônimo de rebeldia.
Na década de 60 na esteira dos movimentos anti-guerra e a favor da liberdade a camiseta veste as cores psicodélicas dos hippies. Na onda do liberalismo, ainda nesta época, a camiseta passa a fazer parte do vestuário feminino, tornando-se unissex.
Na década de 70 adquirem a maioridade e continuam ainda com mais intensidade a serem usadas como meio de expressão. Ainda nesta década a indústria percebe o poder de comunicação das camisetas e passa a usá-la como suporte para propaganda, carregando símbolos e marcas de refrigerante, por exemplo.
Nas décadas seguintes de 80 e 90 a camiseta começa a trazer em suas estampas as marcas de grifes, passando a ser usada por pessoas de todas as idades de qualquer segmento social, sem comprometimento com causa ou ideologia.
Nos anos 2000 a customização é a palavra de ordem e a camiseta continua democrática, servindo a todos os gostos, desde campanhas políticas à estampa de filmes e grupos musicais.

Este simples pedaço de pano em formato de T, acompanhou as metamorfoses culturais ocorridas no século passado, materializando toda uma ideologia libertaria que nasceu nos idos da década de 50, quando a juventude rompia o casulo repressor imposto pelo tradicional estilo de vida da sociedade, usando a camiseta como um símbolo, para expressar o inconformismo que vinha sofrendo. Passados décadas desde seu surgimento, a camiseta, unindo conforto e estilo, passa então a ser usada e reverenciada não só pela juventude, mas sim por todas as tribos, sem distinção de idade, sexo, cor ou credo, passando a ser a peça de roupa mais democrática da história.

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