segunda-feira, 10 de setembro de 2012

A alucinação irracionalmente absurda de Max Ernst

auto retrato
Max Ernst
Divorciar-se do domínio da lógica racionalista foi a grande tarefa surrealista do pintor Max Ernst, que buscava e encontrava as ferramentas de trabalho em seu inconsciente, onde, através da loucura, do sonho, do maravilhoso, libertava a imaginação. Eram nas profundezas do espírito que Ernst procurava encontrar as estranhas forças da imaginação: "captá-las primeiro, para depois, se for o caso, submetê-las ao controle da razão" - André Breton.
Essas habilidades para dar existência material às imagens do inconsciente é explicada por Ernst através de sua materialização em ave, impressão esta que invadiu sua obra na forma de um alter ego o homem pássaro Loplop "que se fez carne sem carne", segundo o próprio pintor.
O convívio com as agruras da primeira guerra, na qual Max Ernst viveu 4 anos servindo o exército alemão, deixaram profundas feridas em seu âmago, influenciando sua concepção absurda sobre o mundo.
Com uma grande capacidade de síntese Max Ernst propõe ao espectador imagens de intensa significação, elaboradas por meio da reinvenção e criação de técnicas que se tornariam sua marca registrada, como por exemplo:
- Colagem: Ernst usava pedaços de ilustrações de livros, anúncios publicitários e fotografias para criar imagens desconcertantes.
- Grattage: raspava a tinta a fim de revelar outras camadas e acrescentava textura usando a superfície de objetos sob a tela. 
- Frottage: imagens obtidas pela fricção do papel sobre superfícies ásperas produzindo um efeito alucinatório. Foi assim que Ernst criou a frottage.


Max Ernst
Aquis Submersus - 1919



 




Um de seus primeiros trabalhos surrealistas. Já mostrando todo o caráter de liberdade imaginária que perseguiria seu estilo através de sua extensa obra.












Max Ernst
Celebes - 1921






Um receptáculo de grãos se transforma num sinistro e misterioso elefante. 

















Max Ernst
Duas crianças ameaçadas por um rouxinol - 1924





Nesta obra Ernst elabora um confronto de perspectivas. A presença de objetos sólidos presos ao quadro (a maçaneta e o portão) reflete uma sutil visão de interpretação de mundos.
E o rouxinol estranhamente, não aparenta ameaçar ninguém, a não ser que ele fosse um avião de bombardeio.  













Max Ernst
A Virgem Maria castiga o Menino Jesus diante de três testemunhas:André Breton, Paul Éluard e Max Ernst - 1926
























Max Ernst
Édipo - 1934




Édipo faz parte de sua experiência romance colagem, uma mistura de artes visuais e narrativa, intitulada Uma semana de bondade, um conjunto de 184 obras criadas durante uma viagem de 3 semanas à Itália em 1934. A série apesar de não conter textos, pode ser lida como uma versão subversiva do Gênesis.









Max Ernst
Europa depois da chuva 1940 - 1942





Max Ernst
Capricórnio - 1948


Nesta obra aparecem dois corpos híbridos que recordam um pouco dois membros de uma tribo africana, ou pode-se dizer que são a recriação de dois deuses que se diferenciam através de suas cabeças.










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