segunda-feira, 30 de setembro de 2013

A contorcionista e o estranho inseto


Série: Distorções, ilusões e um breve contato com o nada ( Deus?)



Experiente e respeitada contorcionista, ela era, além disso versada em yoga, meditação e uma assídua estudiosa do conhecimento transcendental. Admirada pelas suas ações, pela sua arte e por suas escolhas (era apolítica).


Sua vida tinha sido marcada por experiências emocionais fortes e traumáticas, entre isso o contato com alucinógenos fortes que fizeram com que seus canais perceptivos estivessem altamente sensíveis e em contato com uma subjetividade ampla que ainda não conseguia compreender ao certo as mensagens que lhe eram enviadas.


Sempre soube diferenciar seu lado transcendental de seu lado mulher, vivera interessantes relacionamentos, ora duradouros, ora momentâneos, mas sempre com dignidade e verdade.


Todas as manhãs eram destinadas as suas práticas (contorcionismo, yoga, meditação). Levemente seu corpo se moldava aos exercícios, sua mente silenciava ao seu comando, que estava totalmente imerso em sua respiração. Sua inteorização era tão intensa e profunda que passava horas em prática e tudo aquilo era extremamente reenergizante para todo o seu ser.


Quanto a sua busca pelo conhecimento transcendental, tinha influências budistas, hinduistas, cristãs e filosofias transcendentais. Pocurava sempre ampliar o conhecimento passando horas usando sua intuição e imaginação para vislumbrar idéias jamais concebidas.


Grande parte de suas escolhas estavam totalmente relacionadas a idéia de renascimento, mas não sabia ao certo as possibilidades que seu karma a proporcionariam.


Certa manhã enquanto já estava em plena atenção sentiu que um inseto pousara em seu pé, calmamente direcionou seu olhar a ele e subitamente sentiu-se transportada a uma nova frequencia mental.


Uma nova energia entrara em contato telepático trazendo resposta que sempre buscara...
Muitas possibilidades estavam dispostas a sua próxima vida , porém as responsabilidade seriam maiores, muito maiores...


Um sol , um planeta ou a perfeição com o contato com a plena energia que estrapolava todas as fronteiras da existência...


A conversa termina com uma frase:
Você tem o resto da vida pra escolher, não tenha pressa...
 O único caminho desta vida para glória é o caminho transcendental!



Por Tiago Sinhor

terça-feira, 24 de setembro de 2013

Dualidade, qual é a sua essência? qual o seu objetivo?



Tiago Sinhor
Trabalho 02


Na obra transitam dualidades que estão presentes somente em suas mentes.

No primeiro momento observe o homem e a mulher, símbolos que em um momento representam a união, a poderosa energia sexual e em um segundo momento, uma dualidade histórica.

O homem está acima por todo o contexto histórico. Ele é o provedor, quem vai para guerra, talvez esteja em amarelo representando o sol. Mas, repare no detalhe, ele não tem uma perna e está em declínio. Carrega pedras , ora para o trabalho, ora para luta. Mas ele não sabe quem são os inimigos, talvez o maior dragão esteja dentro de si mesmo.

Abaixo com sua sensibilidade e sensualidade está a mulher calmamente observando o declínio do homo. Não se sabe se ela se sensibiliza com o ato ou se saboreia. O fato é que ela está com um grande espaço na obra e tem a possibilidade de levantar a hora que quiser.

Repare que o homem foi colocado acima da metade da obra ( no céu), talvez por sua histórica transcendentalidade, mas que se encontra em perigo pelo isolamento.

Já a mulher está abaixo, na terra, mas tem todas as possibilidades de erguer-se e caminhar lado a lado com o homem ou travar uma guerra sexual eterna.

Agora volte seus olhos para o canto esquerdo e observe que Nietzshe e Shiva formam um curioso equilíbrio. Nietzshe dentro de uma tv vermelha representa toda intensidade de sua vida e obra. Nietzshe atinge um poder transcendental por meio do seu intelecto. ele chega ao ateísmo, não crê em nada após a morte. Mas o nada teria o poder de ser completamente nada? 

Então derrepente em cima da tv, distorcendo todos os átomos a sua volta Shiva se manifesta. Ele vem propondo que Nietzshe está correto em suas indagações, e que é a partir da consciência do nada que o todo se manifesta.


Transcendental sim, pedra não.
O Deus que está em mim saúda o Deus que está em você.
 

Por Tiago Sinhor

segunda-feira, 16 de setembro de 2013

Arte: a faculdade de construir pontes

Leonardo Barden
Em determinados devaneios racionais propagados por pensamentos que divagam dentro de minha mente, encontrar-se-á em definido momento a expressão: "construtores de pontes". Tal ferramenta literal foi absorvida a partir das reflexões mentais de Aldous Huxley,  registradas em sua obra "A Situação Humana", um compêndio de quinze conferências proferidas na Universidade da Califórnia no ano de 1959, onde o visionário autor evoca temas que processam questões ligadas à filosofia, história, religião, linguagem, ciência, artes, psicologia, guerra, nacionalismo, traçando com perspicácia uma relação destas com a formação do pensamento coletivo e o estilo de vida da civilização humana. Ao longo deste raciocínio ele valoriza o papel do artista e o define na função de um construtor de pontes dessa relação homem/mundo. 
E a respeito do enfoque insuportavelmente vasto e significante da arte, onde o homem provido de um sistema nervoso que lhe fornece uma abundante e confusa gama de experiências, necessita de alguma maneira encontrar um sistema de ordem e significado, a fim de manter viva a chama da sensatez, através da inevitável e complexa comunhão de símbolos.
Nesse contexto segundo Huxley a função do artista é construir pontes entre fatos objetivamente observados e experiência imediata, entre moral e avaliações científicas, tornando, através das emoções, interessante aquilo que antes era desconhecido ou desinteressante, explicando o mundo não em termos de beleza, mas sim em termos de forma significante.
Desviá-las do caminho da sensatez é uma obsessão das forças opressoras e condicionantes que mantém a normalidade do atual estado das coisas, porém, enquanto elas permanecerem erguidas em meio aos confins da infinidade, sempre existirá àqueles prontos a atravessá-las e outros tantos dispostos a ergue-las.

Por Leonardo Barden

O livro de Huxley:

Aldous Huxley
A situação humana - 1963




quinta-feira, 12 de setembro de 2013

A despretensiosa e mordaz percepção de L. S. Lowry

L. S. Lowry
Auto retrato L. S. Lowry



Laurence Stephen Lowry ou L.S. Lowry, foi um “construtor de pontes”, um estranho pintor modernista, mas acima de tudo, ele era um ser humano qualquer perambulando sutilmente com seu apurado instinto perceptivo por entre os caminhos da existência cotidiana aos arredores da cidade de Manchester, do início do século 19, mais precisamente em Salford, no auge do nebuloso processo industrial britânico. Tamanha devoção a uma vida comum, em meio àquela paranóica aglutinação humana, talvez tenha lhe custado o superficial reconhecimento por parte dos "detentores elitistas" do universo artístico. Mas e quem disse que ele se importava com tal prestígio? Lowry nunca interessou-se em construir uma estima em meio à sociedade artística, pelo contrário, abriu mão dela, para continuar vagando pelas ruas abarrotadas de pessoas que existiam sob densos nevoeiros de fumaça exaladas pelas opressivas chaminés detentoras do capital; e exercer vespertinamente sua tarefa sistêmica de cobrador, permanecendo mergulhado dentro das entranhas do sistema, para durante à noite saciar sua sede de expressão criando um rico e complexo registro de uma época conturbada e sôfrega.
            Durante sua longa carreira de "construtor de pontes" L.S. Lowry produziu uma grande quantidade de pinturas, que iam desde paisagens até retratos de mulheres enigmáticas; porém, foram por seus registros da caótica coletividade urbana, que ficou para sempre lembrado.
            Sua dedicação à profissão de cobrador, rendeu-lhe, além da aposentadoria aos sessenta e cinco anos, à inspiração necessária para catalogar imagens do nefasto período instaurado nas grandes metrópoles inglesas pelo tenso progresso capitalista emergente nas primeiras décadas do século dezenove, onde a classe trabalhadora sucumbia perante a negra nuvem de fumaça e fuligem - oriundas das colossais chaminés corporativas, que inundava o céu da perturbadora metrópole.
            A captação desta sinistra atmosfera é a essência de sua sensibilidade artística, onde o autor faz um registro historio e arquitetônico da época e ao mesmo tempo, de maneira sutil, penetra no âmago do burocrático e estafante estilo de vida adotado por uma civilização até hoje industrialmente humanóica, sem nunca perder o mordaz espírito de ordem e significado transmitido através da arte. 
            As imagens de pessoas e animais que compunham a civilização em seus quadros sobre cenários urbanos, acabaram sendo batizadas de “palitos de fósforo”, pela semelhança física e ao mesmo tempo fria,  que Lowry usava para expressar a melancolia coletiva que se arrastava por entre as fábricas e cortiços da metrópole.
            Mesmo seu nome figurando paralelamente no universo das artes, e algumas de suas obras ainda serem mantidas afastadas do grande público, sua sensibilidade artística ficou evidenciada na história, e continuará contribuindo como ferramenta de reflexão, àqueles perceptivos, transmitindo a essência energética instigante que só a arte consegue emanar. 

Algumas de suas obras:

L. S. Lowry
Ancoats hospital outpatient's hall - 1952

L. S. Lowry
Coming from the mill 1930

L. S. Lowry
Coming out of school 1927

L. S. Lowry
Dwelling, ordsall Lane, salford - 1927

L. S. Lowry
Going To Work

L. S. Lowry
Industrial landscape

L. S. Lowry
Market scene, northern town - 1939

L. S. Lowry
Picadilly Circus
L. S. Lowry
Street scene, 1935
L. S. Lowry
the canal

L. S. Lowry
the cripples, 1949

L. S. Lowry
the fever van, 1935

L. S. Lowry
the pond, 1950

L. S. Lowry
V E day celebrations



L. S. Lowry
River scene industrial landscape - 1935
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