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Auto retrato L. S. Lowry |
Laurence Stephen Lowry ou L.S.
Lowry, foi um “construtor de pontes”, um estranho pintor modernista, mas acima de tudo, ele era um ser humano qualquer perambulando sutilmente com seu
apurado instinto perceptivo por entre os caminhos da existência cotidiana aos
arredores da cidade de Manchester, do início do século 19, mais precisamente em
Salford, no auge do nebuloso processo industrial britânico. Tamanha devoção a
uma vida comum, em meio àquela paranóica aglutinação humana, talvez tenha lhe custado o
superficial reconhecimento por parte dos "detentores elitistas" do universo artístico. Mas e quem disse que ele se importava com tal prestígio? Lowry nunca
interessou-se em construir uma estima em meio à sociedade artística, pelo
contrário, abriu mão dela, para continuar vagando pelas ruas abarrotadas de
pessoas que existiam sob densos nevoeiros de fumaça exaladas pelas opressivas chaminés detentoras do capital; e exercer vespertinamente sua tarefa sistêmica de cobrador, permanecendo mergulhado dentro das entranhas do sistema, para durante à noite
saciar sua sede de expressão criando um rico e complexo registro de uma época
conturbada e sôfrega.
Durante
sua longa carreira de "construtor de pontes" L.S. Lowry produziu uma grande quantidade de pinturas, que
iam desde paisagens até retratos de mulheres enigmáticas; porém, foram por seus
registros da caótica coletividade urbana, que ficou para sempre lembrado.
Sua
dedicação à profissão de cobrador, rendeu-lhe, além da aposentadoria aos sessenta e cinco anos, à inspiração necessária
para catalogar imagens do nefasto período instaurado nas grandes metrópoles inglesas pelo tenso progresso capitalista emergente nas primeiras décadas do século dezenove, onde a classe trabalhadora sucumbia perante a negra nuvem de fumaça e fuligem - oriundas das colossais chaminés corporativas, que inundava o céu da perturbadora metrópole.
A captação desta
sinistra atmosfera é a essência de sua sensibilidade artística, onde o autor faz um registro historio e
arquitetônico da época e ao mesmo tempo, de maneira sutil, penetra no âmago do burocrático e estafante estilo de vida adotado por uma civilização até hoje industrialmente humanóica, sem nunca perder o mordaz espírito de ordem e significado transmitido através da arte.
As
imagens de pessoas e animais que compunham a civilização em seus quadros sobre cenários urbanos, acabaram sendo batizadas de “palitos de fósforo”, pela semelhança física e ao mesmo
tempo fria, que Lowry usava para expressar a melancolia coletiva que se arrastava por
entre as fábricas e cortiços da metrópole.
Mesmo
seu nome figurando paralelamente no universo das artes, e algumas de suas obras
ainda serem mantidas afastadas do grande público, sua sensibilidade artística
ficou evidenciada na história, e continuará contribuindo como ferramenta de reflexão, àqueles perceptivos,
transmitindo a essência energética instigante que só
a arte consegue emanar.
Algumas de suas obras:
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Ancoats hospital outpatient's hall - 1952 | | | | | | | | | |
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Coming from the mill 1930 |
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Coming out of school 1927 | | | |
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Dwelling, ordsall Lane, salford - 1927 |
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Going To Work |
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Industrial landscape |
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Market scene, northern town - 1939 |
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Picadilly Circus |
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Street scene, 1935 |
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the canal |
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the cripples, 1949 |
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the fever van, 1935 |
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the pond, 1950 |
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V E day celebrations |
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River scene industrial landscape - 1935 | | | | | | |
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