quinta-feira, 26 de fevereiro de 2015

Crônicas anacrônicas atarantadas sistematicamente - O pegajoso invólucro da mesquinharia envolvente


tiago sinhor
Arte Digital - Tumulto
Enquanto nos dissipamos entre pros e contras partidários, o capitalismo voraz e experto, utilizando-se das velhas artimanhas mascaradas, expande suas raízes e se entranha cada vez mais no âmago de nossas vidas.

Como seres consumistas que somos, a máquina econômica que rege a humanidade é extremamente dependente do esforço produzido por nós para gerar capital a fim de saciarmos nossas necessidades, porém, de maneira astuta, esta relação de dependência foi aos longos dos anos, sendo maquiavelicamente invertida. As grandes corporações, avalizadas por um sistema político sucumbido pela peste da ganância, foram construindo um arcabouço explorativo unicamente benéfico aos interesses do acúmulo do capital; com um apelo otimista, invadiram nossas vidas cheios de "boa intenção", com a modernidade tecnológica e seus aparatos, onde o mundo globalizado dava início a uma nova era de prosperidade jamais vista pela raça humana, esmagando os pequenos produtores e artesãos, construindo e motivando a procriação de uma gigantesca casta operária, onde a mão de obra torna-se barata, mantendo salários abaixo da media; ao mesmo passo, enforcam o tempo livre e obrigam a grande maioria da humanidade a viver uma vida baseada na ideologia consumista, criando falsas necessidades (ilusões), introduzindo produtos baratos altamente nocivos, e sem nenhum comprometimento com bem estar do planeta e seus habitantes, retroalimentando o ciclo das dependências econômicas e do comércio insensato.
tiago sinhor
Arte digital - Palhaço


E aqui nos encontramos, entre crises e estabilidades políticas, atolados até o nariz no estrume capitalista, procurando encontrar uma saída diante deste intrincado e paranoico picadeiro, que por ação de tais gigantes industriários, especuladores e corporações milionárias, com ajuda de seus lacaios, o governo e a mídia de massa funesta, seguem adiante em prol de um único objetivo - o mesquinho e fútil acúmulo de capital.

Antes mesmo da cambada de vigaristas que insistem em se auto denominar políticos, e pior ainda, se dizem humanos, o grande inimigo mor continua sendo as grandes corporações que ditam as necessidades consumistas e as regras econômicas que nos mantem neste estado vegetativo da normalidade do atual estado das coisas.

Alternativa, eis a palavra que talvez possa definir a transformação diante esta dependência implacável a qual estamos submetidos, porém, não esperemos que ela venha de cima - dos falidos sistemas políticos - pelo contrário, ela tem que vir debaixo, nas profundezas da sociedade, onde repousa a essência humana, ainda não contaminada pela mesquinhez absurda deste deturbado e deteriorante sistema progressista.

Por Leonardo Barden
tiago sinhor
Arte digital - Criativa Cultura

Related Posts Plugin for WordPress, Blogger...