quarta-feira, 29 de maio de 2013

As múltiplas perspectivas de El Lissitzky



El Lissitzky
Auto retrato - 1924

 Arquiteto, designer, fotógrafo e tipógrafo, além de professor, El Lissitzky foi, ao lado de Kazimir Malevich, um dos maiores expoentes do movimento artístico russo denominado Suprematismo, que tinha como cerne principal de sua ideologia a supremacia do puro sentimento aliado ao estudo das formas geométricas básicas - particularmente o quadrado e o círculo.
Suas experiências em diversas áreas de estudo lhe muniram de uma enorme gama de ferramentas para suas composições artísticas que eram apoiadas na fusão entre arquitetura, designer e pintura, tornando seu estilo de design gráfico um marco para o século XX, influenciando importantes movimentos artísticos como o Bauhaus e o construtivismo russo.
Uma de suas principais criações artísticas foi o estilo suprematista alternativo, que consistia numam série de obras geométricas abstratas que batizou de Proun. O significado exato do termo foi associado a contração de "proekt utverzhdenya novogo" (desenho para a confirmação do novo), mas mais tarde o autor definiu ambiguamente como sendo: " o patamar onde alguém muda da pintura para a arquitetura". 
Sua vasta obra percorre desde trabalhos arquitetônicos, pinturas, fotomontagens, capas de livros, cartazes de tipografia e desenho industrial.

Algumas de suas obras:

El Lissitzky
victory over the sun all is well that begins well and has no end - 1913






















El Lissitzky
There is over - 1920
























El Lissitzky
Lenin Tribune - 1920
El Lissitzky
Proun 30 - 1920






























El Lissitzky
Suprematic tale about two squares - 1920























El Lissitsky
Preliminary sketch for a poster - 1920


















El Lissitzky
Proun - 1922
El Lissitzky
Cover of the book teyashim four billy goats - 1922












































El Lissitzky
Cover of the avant guard periodical vyeshch - 1922


El Lissitzky
Proun 19 D - 1922














































El Lissitzky
Announcer - 1923






















El Lissitzky
New Man - 1923






















El Lissitzky
Proun - 1923
























El Lissitzky
Proun G7 - 1923






















El Lissitzky
Proun 99 - 1924























El Lissitzky
Iron in clouds for strastnoy boulevard - 1925





















El Lissitzky
Four arithmetic actions - 1928













El Lissitzky
Basic calculus - 1928


















El Lissitzky
Proun 4B























El LIssitzky
Tatlin at work
























El Lissitzky
All for the front all for victory



quinta-feira, 23 de maio de 2013

Nação Jazz - Raul de Souza e seu lendário Souzabone

  
trombonista brasileiro
Raul de Souza


Do subúrbio carioca para o mundo nasce um dos maiores trombonistas da história. Aos 16 anos um jovem promissor inicia sua aventura existencial rumando pelos intrincados e tortuosos caminhos da música, literalmente, colocando a boca no trombone. Assim como acontece quase costumeiramente com os grandes gênios, o jovem garoto, autodidata, aprende a tocar o instrumento de ouvido e adquire as artimanhas através de experiências embalando as noites cariocas. Compositor e multi-instrumentista, Raul de Souza, além do trombone, toca também sax e percussão. Em determinado momento de sua carreira, mais precisamente em 1973, decide atender a um convite para excursionar em turnê pelos Estados Unidos, aonde em 1974, concebe e grava, aquela que seria considerada sua obra prima, o álbum Colors, despejando neste disco todo seu virtuosismo sonoro. O álbum transformou-se em matéria de análise para escolas e estudiosos de música nos Estados Unidos e no mundo, devido às variações rítmicas e melódicas que nele se apresentam.






Raul de Souza
Colors - 1974



 O disco foi produzido por Airto Moreira, a obra conta com participações de pesos pesados do Jazz como o gigante do trombone J. J. Johnson nos arranjos. À frente de um conjunto formado por Jack DeJohnette, na bateria; Ted Lo, piano e teclados; Richard Davis, contrabaixo e percussões do próprio Airto Moreira e Kenneth Nash. O álbum traz com grande naturalidade performances que oscilam magnificamente da gafieira ao fusion






Despenda alguns instantes de sua rotina para ouvi-lo e tire suas próprias conclusões.

A inventividade de Raul não se detém apenas em fazer música, mas também reside no fato dele aperfeiçoar instrumentos, como o fez, adicionando uma nova válvula para o trombone, criando assim o Souzabone, um trombone de quatro válvulas.
 






sexta-feira, 10 de maio de 2013

André Breton: o parteiro insano da imaginação surreal

poeta e teórico surrealista
André Breton

A lucidez lógica de um sistema de crenças envolto à guerras, intrigas e ganância, revela os horrores da dura realidade mundana. Procurar por novos horizontes e pensamentos paralelos a este infame universo criado pelo homem, foi o caminho traçado pelo poeta e escritor André Breton para desvincular a arte das, até então dominantes, exigências lógicas e racionais, trazendo à tona, como mais uma forma de expressão, às profundezas do inconsciente e dos sonhos, dando origem às teorias do movimento surrealista. "Não é o medo da loucura que nos vai obrigar a hastear a meio-pau a bandeira da imaginação" - Frase extraída do Manifesto do Surrealismo escrito por Breton em 1924.

O fascínio exercido pela psicologia e pela insanidade humana na mente de Breton impulsionaram seu mergulho aos confins da consciência, em busca de significados mais perspicazes a respeito da situação humana, acabando por se tornar o cerne vital do movimento surrealista: "A fusão entre o homem racional e sensível, renegada pelas teorias antropológicas até então, trouxe à superfície do pensamento humano a reconciliação do indivíduo com seu próprio mundo interior. Somente através do objeto artístico jorrado diretamente do inconsciente seria possível tocar a profundidade do sentimento humano. 

"A mente que mergulha no surrealismo revive com excitação ardente a melhor parte da infância" - André Breton


Algumas de suas instigantes obras:

André Breton
Nadja - 1928




Não se trata de um livro sobre surrealismo, mas sim da própria e pura experiência surreal de Breton. Nele o autor relata seu breve romance com uma misteriosa mulher chamada Nadja, que ele conhece por acaso caminhando pelas ruas de Paris. Este ser errante e misterioso, dotado do mais elevado grau de liberdade, representa o espírito do surrealismo. Embora Nadja se apresente como a encarnação dos ideais surrealistas, ela também pode ser vista como a personificação da anima de André Breton.
Anima representa as tendências psicológicas femininas do homem. Está relacionada aos sentimentos e sensibilidade. É através dela que o homem entra em contato com sua interioridade, penetrando nas ligações mais profundas da psique.







André Breton
O Amor louco - 1937




Como de hábito Breton funde textos e imagens surreais nesta obra onde descreve o amor através da sua própria vivência, vendo neste dois aspectos - o amor como 'comunicação do coração' e o amor carnal, ao qual chama 'convulsivo'. Esta separação entre o corpo e o espírito quer Breton transformá-la em união total, em paixão, nesse famoso 'amor louco' que é para Breton o amor mais sábio, mais sublime, que a alma do homem poderá alcançar.












André Breton
Manifesto do Surrealismo - 1924

Nesta obra Breton anuncia ao mundo o nascimento do Surrealismo, iniciando com o seguinte trecho: "Tamanha é a crença na vida, no que a vida tem de mais precário, bem entendido, a vida real, que afinal esta crença se perde. O homem, esse sonhador definitivo, cada dia mais desgostoso com seu destino, a custo repara nos objetos de seu uso habitual, e que lhe vieram por sua displicência, ou quase sempre por seu esforço, pois ele aceitou trabalhar, ou pelo menos, não lhe repugnou tomar sua decisão ( o que ele chama decisão! )". E terminando o manifesto com uma de suas frases mais célebres: "Viver e deixar de viver são soluções imaginárias, a existência está em outra parte".
Breton escreveria ainda o segundo manifesto em 1930









André Breton
Vasos Comunicantes - 1932




Neste livro Breton pretende demonstrar que o mundo real e o mundo dos sonhos são o mesmo, examina as várias teorias de interpretação dos sonhos e não se esquece de que a unidade do sonho e da realidade estão enraizadas na transformação social. No entanto o que ele procura além da revolução é o destino do homem, destino nada místico, mas carnal, pois o mundo dos sonhos, para constituir-se, faz mais que extrair o fluxo de experiência. Assim não deixa de diferenciar em Vasos Comunicantes as operações verdadeiras das operações ilusórias que se escrevem em um e outro mundo.
 
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