terça-feira, 25 de setembro de 2012

A experimentalidade impactante e subversiva de Gustav Klimt

Gustav Klimt
Gustav Klimt
As forças exercidas pela hipocrisia do conservadorismo sempre estiveram presente no âmago da sociedade, e com maior veemência ainda são sentidas no universo artístico e cultural, que o diga Gustav Klimt a mais de cem anos atrás.
As ideias inovadoras constantemente alvoroçam os ditames conservadores, e esta ameaça ao estado normal dos costumes reprimidos, foi a responsável pelos escândalos e polêmicas as quais eram submetidas as obras de Gustav Klimt.
Seu estilo experimental que fundia elementos contemporâneos a estilos clássicos desprezados na época, como arte japonesa, chinesa e egípcia, aliado a ênfase que dava à importância da sexualidade como fator determinante na vida, foram taxados como escandalosos e esdrúxulos para época, sendo até indiciado sob acusação de pornografia e perversão excessiva. Em certas ocasiões, suas obras eram exibidas através de uma cortina, a fim de evitar corromper a mente da juventude.
A experiência adquirida com o experimentalismo contribuiu para aquela que seria considerada sua fase dourada, onde o pintor absorve e incorpora em seu pensamento, influências dos afrescos bizantinos e dos mosaicos que ele vira nas igrejas de Ravena na Itália. Klimt se afasta do realismo e passa a deter-se no oculto e no espiritual.
Depois da morte de sua mãe a chamada era dourada da lugar aos melancólicos tons de cinza, que passam a preencher suas pinturas.


Um pequeno passeio por sua obra:


Gustav Klimt
Amor - 1895





   Em suas primeiras pinturas ele já mostrava o tom experimental de suas pinceladas.













Gustav Klimt
Judith - 1901













Pintura sobre o relato bíblico em que Judith cortou a cabeça de Holofernes. Ênfase nos tons dourados, uma característica de Klimt.





















Gustav Klimt
O friso de Beethoven - 1902
O friso de Beethoven foi uma obra pintada no prédio da Secessão de Viena, movimento dissidente liderado por Klimt durante o período de 1897 a 1905.


Gustav Klimt
Esperança I - 1903















Ao pintar uma mulher nua e grávida Klimt sabia que ia contra os padrões da conservadora sociedade vienense. O interesse de Klimt pelas formas corporais femininas ia além da beleza estética e do teor erótico. Sabe-se que dois de seus filhos são oriundos do relacionamento com uma das modelos que pousavam para seus retratos. O interesse de Klimt por essas mulheres, residia estritamente no aspecto físico, nas formas corporais, razões que levam ao ostracismo de praticamente todas estas garotas, com exceção de Herma, a qual desapareceu subitamente, deixando o artista muito preocupado. Ao procurá-la, descobriu que estava grávida, não estando em condições de continuar seu trabalho de modelo. Mas Klimt, mesmo assim, esforçou-se em fazê-la regressar, nascendo o primeiro quadro Esperança.











Gustav Klimt
O retrato de Adele Bloch-Bauer - 1907












Nesta obra Klimt usa todo seu talento para criar um complexo adorno de óleo e ouro sobre tela. A obra fora encomendada pelo rico industrial Ferdinand Bloch-Bauer, que apoiava as artes e promovia o trabalho de Klimt.














Gustav Klimt
Esperança II - 1907


Quatro anos depois de Esperança I, Klimt retorna ao tema da gravidez, agora sob uma nova ótica. A mulher grávida aparece vestida debaixo de um traje decorativo que lembra seu mural conhecido como Friso Stoclet. As figuras da doença e da morte agora são menos ameaçadoras e as cabeças baixas dos personagens remetem a uma atmosfera de resignação.













Em sua última grande pintura mural Gustav Klimt experimenta uma mudança no estilo, surgindo as formas geométricas repetidas, deixando apenas algumas partes essenciais realistas. Aqui ele passa a usar a cobertura influenciada no estilo bizantino e nos mosaicos, criando um confronto entre a abstração e o realismo. Friso Stoclet foi pintada no palácio do magnata belga Adolphe Stoclet entre os anos de 1905 e 1909.

Gustav Klimt
Friso Stoclet - 1905 a 1909




Gustav Klimt
Cobras d'agua - 1904/1907



















Mais uma obra da era dourada, onde Klimt flerta com retratos extremamente decorados e eróticos de mulheres. 













   













Gustav Klimt
As cobras d'agua II (As amigas)  1904/1907














Gustav Klimt
O beijo - 1908

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