quarta-feira, 29 de agosto de 2012

Laranja Mecânica - uma lavagem cerebral da literatura para o cinema


Quando pensamos na expressão Laranja Mecânica, as imagens que se formam diante de nossa mente, nos  remetem ao filme dirigido pela genialidade de Stanley Kubrick de 1971, uma marcante obra cinematográfica,  adaptada com maestria do livro de Anthony Burgess, escrito em 1962. Duas obras que se completam harmoniosamente.


Anthony Burgess
Laranja Mecânica - 1962

O enredo escrito de forma perspicaz e estranhamente atraente, onde Burgess recria uma nova sociedade oprimida por uma política severa e aterrorizada pela violência de gangues - que se comunicam através da esquisita gíria "Nadsat" -  busca o asilo no relativo conforto de seus lares, em frente ao onipresente sistema televisivo, instigando o leitor a fugir da realidade cotidiana, para iniciar um profundo mergulho em realidades alternativas, que muitas vezes, se encontram escondidas no âmago da civilização moderna.
O estranhamento do romance já começa pelo título (A Clockwork Orange), retirado de um gíria cockney (dialeto e sotaque distintos dos habitantes do East End de Londres, que de acordo com antiga tradição nascem ao soarem os sinos da Igreja de Bow): "as queer as a clockwork orange", uma expressão que siginifica algo de muito estranho, quase sempre de cunho sexual. 






Stanley Kubrick
Laranja Mecânica - 1971





O filme é o complemento visual e sonoro para a obra de Burgess. Ambientado numa estonteante atmosfera psicodélica, que da um toque surreal aos cenários onde desenrolam-se as tramas, o filme se desenrola pela majestosa trilha sonora da sinfonia de Beethoven. Sem contar na brilhante atuação de Malcolm McDowell, no papel de Alex, personagem principal e narrador da estória. Poucas adaptações da literatura para o cinema foram tão bem sucedidas quanto laranja Mecânica.




Laranja Mecânica, um futuro, um presente, uma distopia ou apenas uma violenta metáfora social?

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