segunda-feira, 11 de junho de 2012

Enquanto a vida passa a humanidade agoniza

No mês de março de 2012, mais precisamente entre os dias 26 e 29, ocorreram intensos debates envolvendo cientistas especializados em temas sócio-ambientais, no congresso intitulado “Planet Under Pressure” (Planeta Sob Pressão), realizada em Londres. Reunidos neste debate os cientistas chegaram a “inesperada” conclusão de que o funcionamento do sistema terrestre que viabilizou a civilização nos últimos séculos está ameaçado, e o resultado disso poderá ser uma emergência humanitária de escala global, com a intensificação das crises sociais, econômicas e ambientais. E agora mais recentemente o tema novamente foi abordado na conferência sobre sustenbilidade global promovida pelas Nações Unidas no Rio de Janeiro, denominada de Rio + 20, onde as lideranças mundiais reuniram-se para discutir o estilo de vida da humanidade contemporânea.
Ora, ora, será que a precisamos de mais debates, estudos ou provas científicas, para termos convicção de que a humanidade agoniza? Não basta sair às ruas e olhar em volta, e ver os rios de água potável sucumbindo em meio a fétidos detritos emanados pelo frenético processo industrial? Pegar um produto industrializado na prateleira de um super mercado e ler seu rótulo e ver que são compostos por uma miríade de produtos químicos? Saber que uma imensa ilha de dejetos plásticos flutua pelo Oceano Pacífico? Ver que ao redor de nossas cidades, a população de baixa renda, juntamente com a quantidade enorme de animais que perambulam pelas ruas, cresce vertiginosamente? Analisar o crescente número de veículos automotores consumidores de petróleo que circulam exprimidos pelas ruas e avenidas das grandes cidades, exalando seus gases bem debaixo de nossos narizes? As megas corporações, como parasitas, sugando esfomeadamente o sangue negro dos lugares mais remotos do planeta, perfurando profundas camadas de rocha no fundo do mar, sem se importar com as conseqüências e com os possíveis desastres ambientais? Que nos alimentamos basicamente de agrotóxicos, os quais são despejados sobre as plantações em quantidades gritantes? Perceber que os meios de acesso à cultura e a informação estão cada vez mais tendenciosos e alienantes?
O sistema articulado como tal, para reger a vida humana neste planeta está à deriva - feito um imensa aeronave desprovida de piloto, prestes a aterrissar – a colisão parece ser inevitável.
Ou devemos crer, que num futuro próximo estaremos nos locomovendo com meios de transporte alimentados por energia sustentável? Que a energia nuclear será abolida do planeta? Que a população terá uma renda melhor distribuída e crescerá num ritmo controlado? Que consumiremos apenas produtos naturais cultivados sob um processo orgânico com adubos, fertilizantes e venenos naturais? Que as escolas passarão a educar cidadãos e não somente técnicos? Que em troca da busca desenfreada pelo lucro, poderemos trabalhar menos e dedicarmos um pouco mais de tempo a contemplação das artes e ao ócio criativo? 
Eis as questões. Agora resta-nos meditar...

Edvard Munch
O grito












A obra expressionista de Edvard Munch "O Grito", representa bem toda angústia e o desespero existencial de uma civilização que ruma ao colapso.

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