segunda-feira, 11 de junho de 2012

Geração Beat

Estupefatos com ordem capitalista pré-estabelecida no cotidiano norte americano pós segunda guerra mundial, um grupo escritores norte americanos se reúne e resolve fazer sua própria revolução cultural. Adotando um estilo de vida incompatível ao statos quo da tradicional sociedade da época, estes jovens buscavam um novo modo de ver e entender o mundo por meio da literatura enquanto faziam experiências com drogas, jazz progressivo e zen-budismo.
Entorpecidos de álcool e anfetaminas, acreditavam que alcançariam um grau maior de elevação de consciência através do desregramento dos sentidos. Vestiam camisetas e calças jeans, escreviam freneticamente seus pensamentos embalados pelo ritmo do jazz celebravam a não conformidade e a criatividade espontânea. Desenvolveram a reputação de boêmios hedonistas, uma vez que levavam uma vida a base de sexo livre, drogas, jazz e literatura, fazendo do prazer a finalidade maior de suas vidas.
O estilo frenético e transgressor do comportamento beat é expresso nas obras de seus principais membros, como Jack Kerouac, Allen Ginsberg, William Burroughs, Neal Cassady, Gregory Corso e Lawrence Ferlinghetti. Apesar de Charles Bukowski não se considerar um beat, o mesmo até mantinha alguma certa relação de amizade com alguns membros, seu estilo de escrita e comportamento o torna um membro honorário.
            Os boêmios hedonistas retratavam suas experiências de vida em suas viagens, tanto aditiva quanto literalmente, de uma maneira realista e quase sempre autobiográfica. 
            A filosofia beat foi personificada por Kerouac na obra “On The Road” – principal livro beat, onde o autor descreve numa versão literária, sua vida e a de seus parceiros numa jornada através dos Estados Unidos.
            O impacto desta obra foi tamanho que especula-se que Bob Dylan teria fugido de casa depois de lê-lo, assim como Chrissie Hynden, dos Pretenders. Muitos artistas, compositores e principalmente músicos do rock, inspiraram-se depois do contato com a literatura e ideologia beat.
            A mensagem da revolução cultural dos beatniks – mudanças na linguagem e costumes – repercutira decisivamente sobre o comportamento dos jovens anos mais tarde com o aparecimento das comunidades hippies nos anos 60 e depois com os punks nos anos 70. 
           Mas o frenético estilo de vida beat com o passar dos anos acabaria colidindo com o muro de ideais capitalistas e culturais que a sociedade erguia, restando nas drogas a saída do labirinto que tinham construído. Allen Ginsberg retrata as consequencias da geração em seu poema Uivo, em uma de suas passagens ele escreve: "Eu vi as melhores cabeças de minha geração destruídas pela loucura".
           Décadas mais tarde a ideologia de liberdade e não conformidade pregada pela geração beat seria retomada, inspirando a geração hippie da década de 60 e posteriormente os punks nos idos da década de 70. A contribuição dos beats foi imensa para a juventude quebrar paradigmas e aumentar a busca pela expansão da consciência.

Nenhum comentário:

Postar um comentário

Espaço aberto para opiniões, criticas, sugestões e interpretações, sinta-se à vontade.

Related Posts Plugin for WordPress, Blogger...