sexta-feira, 19 de outubro de 2012

Woodstock - O espetáculo transcedental de Santana

O ano era 1969, mais precisamente entre os dias 15 a 17 de agosto, o verão norte americano, no interior do país, num anfiteatro montado em meio ao pasto da pacata propriedade rural do fazendeiro Max Yasgur, local onde acontecia um dos maiores fenômenos antropológicos de cunho cultural, onde, uma multidão incalculável de jovens que rejeitavam aos ideais impostos pelo conservadorismo social da época, principalmente contra o governo e sua política democrata pró guerras, agora contra o Vietnã, tudo isso embalado pela lisérgica onda sonora do final da década de 60. Três dias onde o amor e a paz formaram as trincheiras para combater a ganância, o ódio e a violência.

Fazenda de Max Yasgur
Woodstock - 1969

No olho deste ciclone contracultural estava ela, a música, o rock, que fervilhava, talvez, em seu momento mais criativo, sustentado pela transcendentalidade lisérgica que pairava sobre a atmosfera da contracultura dos anos 60. Performances arrasadoras alimentavam as emoções da plateia que presenciava o festival, que interagia e se comportava conforme a vibração que emanava do palco em direção as suas mentes e corpos. Nomes como Richie Havens, Sly and The Family Stone, Creedance Clearwater Revival, Joe Cocker, Crosby, Stills, Nash and Young, o lendário Jimi Hendrix, fizeram parte deste momento único da história da cultura moderna. Mas umas das grandes surpresas e talvez a apresentação mais incrível estava por conta de um grupo de músicos que tocava um vigoroso som que fundia ao rock, hipnóticas percussões de ritmos latinos e africanos, chamado Santana.

Woodstock
Santana - Festival de Woodstock (1969)

A química que Santana e sua trupe encontraram em Woodstock, beirou a um narcótico sonoro, algo transcendental, uma simbiose que sugou o público ali presente, e o arremessou para dentro da música, os tambores, as percussões tribais a incrível performance do jovem baterista Michael Shrieve, e é claro o solo de guitarra de Santana, faziam a apresentação lembrar mais um estonteante espetáculo espiritual de uma tribo intergalática do que um show de rock.

Depoimento de Santana sobre a apresentação, extraído do livro Woodstock de Pete Fornatale:

Santana: É sempre uma onda e um ponto alto recordar o som. me lembro do som antes de sair dos meus dedos, depois o ouvi saindo dos meus dedos para as cordas da guitarra. Da guitarra para o amplificador. Do amplificador para o PA. Do PA para todo um oceano de gente - uma montanha -, todo um oceano de gente e depois de volta para você. Impossível de esquecer. Foi lá que descobri meu primeiro mantra. À esta altura, muita gente sabe que eu estava chapado de mescalina, porque me disseram que eu só ia tocar às 2h ou algo parecido. Mentiram para a gente. Assim que tomei o lance e comecei a pirar, subimos, eram 14h. Foi essa a primeira vez que repeti meu primeiro mantra, que era, "Deus, por favor me ajude a ficar no tempo e no tom certos!" Fiquei repetindo esse mantra. 

E deu no que deu, Soul Sacrifice o ápice de Woodstock!




  

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