segunda-feira, 28 de abril de 2014

A escrita político literária de George Orwell




eric arthur blair
George Orwell ou Eric Arthur Blair
Eric Arthur Blair este era o nome verdadeiro do criador do pseudônimo George Orwell, o escritor inglês que mergulhou fundo nas entranhas do sistema dissecando a política e suas artimanhas para manter o atual estado das coisas.

Como jornalista de profissão Orwell vive o cotidiano caótico de uma Europa absorvida por mancomunações políticas, crises sociais e brigas de classes originadas por um ganancioso e incoerente processo industrial e consumista, culminando num desolador e opressivo cenário de guerras, intrigas e jogos pelo poder.  Acontecimentos estes que acabariam mudando os rumos do mundo, transformando de uma vez por todas o pensamento político e social que viria a reger os ditames da civilização humana enquanto sociedade sistêmica.

Como Jornalista pregava que o jornalismo testemunhal como recurso para se contrapor a todo o restante das divisões jornalísticas, as quais classifica como de cunho propagandista. Segundo Orwell o jornalismo serve para publicar aquilo que alguém não quer que se publique e todo o resto é publicidade. A dialética orwelliana parte do pressuposto de conspirações em que o ser humano é submetido para absorver de maneira normal o condicionamento que lhe é imposto pelas mãos do "destino estatal".

escritor jornalista
George Orwell

A relação de Orwell com as agruras sistêmicas foi sendo construída num alicerce dualista de que quem encarou de frente os dois lados da moeda. O primeiro emprego de Orwell foi como guarda imperial junto à polícia indiana na Birmânia, mas precisamente em Myanmar- colônia britânica na época - o que o fez nutrir um profundo desagrado em relação ao imperialismo; e, ao voltar para a Inglaterra, escolheu viver junto com os trabalhadores pobres e os sem-teto, provando na própria pele as mazelas existenciais de uma vida cotidiana desprovida de dinheiro. Orwell também foi voluntário na Guerra Civil espanhola. Este seu mergulho no âmago da sociedade e suas instituições, lhe rendeu profundas análises e material criativo para impulsionar sua literatura, entre eles romances e documentários reais, onde retrata o poderio opressor, ideológico e praticamente imbatível das forças que mantém a civilização humana tal qual como a conhecemos.






Algumas de suas obras:

George Orwell
Dias na Birmânia - 1934



John Flory não esconde sua impaciência para com a vida de madeireiro na Birmânia (atual Mianmar) dos anos 1920, quando o remoto país asiático era uma colônia britânica. No clube de brancos racistas e bêbados que frequenta, Flory é considerado um bolchevique por ser amigo dos "negros", isto é, os nativos do lugar.
"Expressar-se livremente é impensável", diz Flory, sobre a miserável existência na colônia. "Você é livre para virar um bêbado, ocioso, covarde, maledicente, fornicador; mas não é livre para pensar por si mesmo." Apesar de não esconder sua estreita amizade com o médico local, um indiano honesto e dedicado, Flory demonstra relutância em defendê-lo abertamente, junto aos membros do clube europeu, contra as calúnias de U Po Kyin, magistrado nativo corrupto e ambicioso.






George Orwell
A revolução dos bichos - 1945






Um livro sobre as forças que mantêm o sistema: o poder e o egoísmo. Numa crítica mordaz aos sistemas de governo, em espacial ao socialismo, Orwell, retrata alegoricamente as grandes questões ideológicas fora do âmbito da linguagem e da retórica política. 













George Orwell
1984 - 1949




Um romance de ficção, mas que desperta e levanta reflexões sobre o universo político que nos envolve. Uma dialética em que Orwell demonstra toda sua habilidade literária juntamente com seu conhecimento sobre as instituições estatais e suas artimanhas para manter o status quo. Grande Irmão, mentira, teoria da conspiração, esperança, resignação, ou apenas normalidades?













George Orwell
Mantenha o sistema


Como em todos os personagens principais, Orwell deixa um pouco de sua autobiografia neles, e em Mantenha o Sistema não é diferente. Neste romance o escritor traz a tona talvez aquele que seja o maior problema da civilização humana, o dinheiro, seja por sua abundância ou por sua falta. O personagem principal renega seu atual emprego por não aceitar compartilhar dos valores sociais, como a corrida frenética pelo dinheiro, mas ao mesmo tempo depara-se com os problemas causados pela falta dele, levando o protagonista a momentos de paranoia e desespero. 










George orwell
Na pior em Paris e Londres - 1933





Na pior em Paris e Londres Orwell registra experiências de trabalho nas cozinhas de hotéis de Paris, recebendo parca remuneração, antes de partir para outro tipo de desespero, ao ficar sem emprego entre os vagabundos de Londres. Foi provavelmente nesta época que contraiu a tuberculose que o mataria futuramente.















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