J.D. Salinger |
A atmosfera da "crise de identidade" que paira sobre seus contos e histórias, atingiu em cheio o público jovem, especialmente adolescentes que de alguma maneira ou outra se identificavam com as agruras enfrentadas por seus personagens diante às mudanças comportamentais existentes no despreparado ciclo da vida do coletivo social.
J.D. Salinger |
Os abalos psicológicos, especialmente os sofridos por Holden Caulfield, personagem central de sua principal obra "O apanhador no campo de centeio" (1951), podem soar, em determinado instante, como meros devaneios acometidos sobre a mente daqueles que de alguma forma ou outra, não tiveram a coragem e astúcia para enfrentar o avanço temporal com ímpeto e determinação.
Por outro lado, esta dialética sobre estágios da evolução mental, num contraponto, pode ser entendida como a saída de uma fase onde o fator lúdico e puro do estágio primeiro da existência enquanto indivíduos, está muito distante daquele espírito competitivo e arrogante presente do âmago da adulta civilização humana.
Salinger, ao se deparar com o sucesso de seus escritos, principalmente pela publicação do seu único romance produzido (O Apanhador no campo de centeio); vê sua privacidade sendo invadida pela mídia e pelo público e decide então, sair de cena, e ir morar no campo, como um bom misantropo, isolado da humanidade.
A obra de Salinger, curta e densa, trata de assuntos complexos, muitas vezes renegados no âmbito familiar e educacional responsáveis pela formação intelectual dos jovens, como: solidão, depressão, desilusão, a sensação de não pertencer, duvidas sobre o futuro, a tal "crise de identidade" presente na transição impactante entre infância e vida adulta. Além da riqueza literária, seus escritos fomentam reflexões a cerca da preocupação com o processo de amadurecimento mental das novas gerações, traçando uma crítica visão sobre a hipocrisia presente nos vínculos sociais humanos representados pela vida adulta.
"Sou um paranoico às avessas. Suspeito de que as pessoas conspiram para me fazer feliz". - J.D. Salinger
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