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Yann Arthus-Bertrand |
A rotina existencial calcada na exploração extrativista, desde os
primórdios tem sido encarada como a dadiva do progresso, deteriorando a
natureza continuamente a cada instante. As imagens e pesquisas feitas
pelo ecologista e fotógrafo Yann Arthus-Bertrand mostram a beleza de uma evolução agoniante do Planeta Terra.
Absorvida pela esquizofrênica rotina mundana da conquista material, a
humanidade assiste passivamente as transformações sofridas pelo planeta
em decorrência da atual condição imposta pelo ato de civilizar.
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CENTRO-PIVÔ DE IRRIGAÇÃO, WADI RUM, REGIÃO DE MA’AN, JORDÂNIA
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O processo existencial criado pelo deteriorante sistema civilizador,
por conveniência, decidiu entender que para transpor o caminho
evolutivo, a humanidade deveria adotar o pensamento egocêntrico, e
consequentemente procurar extrair o máximo de proveito da exuberante
riqueza natural que se acumulava a sua volta
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VIDEIRAS, REGIÃO DE GERIA, LANZAROTE, ILHAS CANÁRIAS, ESPANHA
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E desde então, a exploração extrativista foi o grande trunfo encontrado
pela humanidade para tentar encontrar um significado existencial. Abusando da
natureza do Planeta Terra como um simples objeto inanimado, o sucesso
material e financeiro estaria garantido, e a tão almejada busca pelo
progresso acabaria por se concretizar.
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PAISAGEM AGRÍCOLA PERTO DE COGNAC, CHARENTE, FRANÇA
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Porém o que levou a humanidade a tamanho ato de imbecilidade? Ignorância? Ganância? Poder?
Inúmeras são as questões que atormentam aqueles que procuram entender a real situação humana.
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QUEBRA-GELO LOUIS-SAINT-LAURENT NA BAÍA DE RESOLUTE, TERRITÓRIO DE NUNAVUT, CANADÁ
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Em meio a isto emergiram várias teorias científicas a respeito dos
processos que mantém a vida na Terra, dentre elas a teoria de Gaia -
originalmente proposta por James Lovelock na década de 60 - talvez seja
aquela que formulou a mais bela e instigante expressão sobre o planeta: a
idéia de que a Terra como um todo é um sistema vivo,
auto-organizador.
"Considere a Teoria de Gaia como uma alternativa à sabedoria
convencional que vê a Terra como um planeta morto, feito de rochas,
oceanos e atmosfera inanimadas, e meramente habitado pela vida.
Considere-a como um verdadeiro sistema, abrangendo toda a vida e todo o
seu meio ambiente, estreitamente acoplados de modo a formar uma entidade
auto-reguladora" - extraído do livro A Teia da Vida de Fritjof Capra (1996).
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DETALHE DO RIO PJORSA, ISLÂNDIA
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Dentro desta mesma concepção de planeta vivo o fotógrafo e
ambientalista francês Yann Arthus-Bertrand, traçou um esplêndido porém
melancólico registro sobre as mudanças drásticas e assustadoras que o
homem promove junto ao planeta.
"A Terra vista do céu" é um incrível e instigante compêndio de fotografias que o
francês realizou durante seus 20 anos de viagens e pesquisas pelo globo
terrestre. As 130 imagens e os relatos podem ser admirados e lidos,
respectivamente, através do site:
http://terravistadoceu.com/sobre-a-exposicao/
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FLAMINGOS-ROSA NO LAGO NAKURU, QUÊNIA
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As imagens fotográficas de Yann mostram as exuberantes
belezas naturais responsáveis pela concepção da vida na Terra, e ao
mesmo tempo demonstram todo desequilíbrio que o homem gerou durante os
tempos. Uma obra instigante que suscita reflexões e dúvidas a respeito
da condição humana. Pois sendo a vida um sistema de conexões
auto-regulador, todo o impacto explorativo causado ao meio ambiente acabará por alterar os mecanismos que a sustentam as conexões vitais, inclusive a própria existência do ser humano egocêntrico e poderoso que insiste em dominá-la.
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ICEBERG ERODIDO NO FIORDE DE UNARTOQ, GROENLÂNDIA
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