quarta-feira, 11 de maio de 2016

Crônicas anacrônicas atarantadas sistematicamente: Da incredulidade à evolução mental - o relato de um crente anarquista

Vivemos uma era onde as instituições, sejam elas de caráter político, social, jurídico, estatal e governamental, ruíram, se é que em algum momento da história humana elas realmente trabalharam em prol da dignidade e do bem comum.
Dizem-me louco, reprimem-me, e em alguns momentos até culpam-me, por certas convicções anarquistas/utopistas, mas, convenhamos, prefiro a utopia do que a distopia na qual existimos. É delirante, pra mim, acreditar que a solução para uma humanidade solidária, uma comunidade justa e igualitária, venha de um sistema político, onde o mau carátismo degenerado corrói a ética e o bom senso.
Por que devo acreditar então, que a mudança virá da cabeça de seres humanos transvestidos de esperançosos políticos, que nada mais são do que grandes imbecis, infames e calhordas gananciosos, que pregam moral de cueca, em privilégio daquilo que sinto e que floresce em minhas entranhas - baseado em pensamentos e ideologias escritas e pronunciadas por grandes mentes pensantes da humanidade, que desde sempre primaram pela educação, através da arte em detrimento da política?
A política não liberta, elas está nos alienando cada vez mais. Somente nos libertaremos através da educação, a qual está sob domínio amplo do capital e de seu sujo lacaio mor o “Estado”, ou vice versa, como queiram.
Vivemos sob um encantamento forjado por esta união de Estado e Capital, uma profunda hipnose de conceitos capitalistas e socialistas que se alternam no decorrer dos tempos – tal qual o mundo proposto por Orwell em 1984 – usando de elementos como religião, patriotismo, intimidação e corrupção, para disseminar a opinião de que a mudança reside na alternância entre capitalismo e socialismo ou do socialismo para o capitalismo, persuadindo-nos de que o atual estado das coisas é imutável e nada mais há além disso.
Ora, se formos pensar, o quão injusto é: retirar a riqueza das classes trabalhadoras, através de impostos, taxas, tributos, e entrega-la a entes públicos, de forma legal ou ilegal, de tal maneira que eles perpetuem a subjugação do povo, onde políticos e assessores enriquecem e enriqueceram no decorrer dos tempos, tirando proveito descaradamente, construindo carreira, sob a égide das instituições públicas estatais. Refletindo sobre isto, só me resta concordar com Tolstói, que o verdadeiro homem de bem deve negar e viver longe desta instituição corruptora denominada de Estado.
Ou então, o quão penoso é trabalhar e ou consumir produtos e ideias de grandes corporações que exploram mão de obra, destruindo os bens naturais, primando pelo lucro de seus donos em prol do bem estar da comunidade, corrompendo e comprando políticos e instituições partidárias com avalanches de dinheiro, procurando nos manter conectado ao sistema através do ato de consumir.
Não consigo crer nesta ciência como maneira hábil de dirigir os negócios públicos.
Eu acredito mesmo é em você, que não suja as ruas com seu lixo, em você que já não se alimenta mais com carne, ou passou a comer menos dela, em você que despreza a ganancia, em você autodidata, em você que em vez de julgar procura entender, em você que tem autocontrole, em você que é artesão e tem seu próprio negócio, em você que busca o conhecimento acima de tudo, em você que pinta e desenha, em você que troca horas de trabalho por horas de ócio criativo, em você que ouve música, em você que constrói com suas próprias mãos, em você que lê e consequentemente escreve, em você que ampara animais e humanos desprotegidos, em você que cultua a natureza e a protege, em você que medita, em você que filosofa, em você que sente, em você que pensa, em você que consegue mudar seu próprio pensamento.
Então em qual mudança devemos acreditar? Naquela oriunda do cérebro dos políticos, juristas e das instituições corruptoras , ou em nós mesmos?
A revolução não é armada, a verdadeira revolução reside na educação, na cultura, ela está dentro de nós, ela é uma (r) evolução mental.
E de resto nada mais é do que sempre foi, basta olharmos para trás.

Por Leonardo Barden

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