Francis Bacon |
“Somos carcaças em potencial. Quando entro num açougue, sempre fico surpreso por não estar lá, no lugar do bicho”
Francis Bacon
Submetidos a situações desagradáveis e em certas ocasiões beirando a humilhação, alguns indivíduos trazem em seu âmago uma insaciável sede de expulsar de dentro de si, as feras mentais que alimentam-se das experiências constrangedoras acumuladas durante a tenra idade.
Alguns seres humanos mais suscetíveis a resignação, são atormentados pela fraqueza de suas mentes e tornam-se vítimas de si mesmos, onde, nos labirintos interiores, se perdem para nunca mais voltarem. Porém existem aqueles, os destemidos, portadores do virtuosismo criativo que encontram na arte os elementos essenciais para erguerem as pontes conectivas e libertarem-se de suas amarras psicológicas, como o pintor Francis Bacon.
Nesse sentido a violência onírica e berrante contida em sua obra, denota sua trajetória existencial condicionada por acontecimentos traumáticos ocorridos no seio de sua formação humana, como a expulsão de casa por seu pai, que não aceitava sua condição de homossexual.
Francis Bacon adotou um estilo de vida nada convencional, alcoólatra e viciado em jogo, nunca frequentou academias e escolas e muito menos bajulações e convenções sociais no meio artístico. A violência contida em suas pinturas fundem-se na contradição entre o belo - fazer arte - e as imagens de horror que afloravam de sua imaginação, numa sublime e angustiante leitura a respeito das mazelas que condicionam os dogmas e as diretrizes que sustentam o senso comum da civilização que se diz ser humana.
Auto retrato |
"A imaginação foi dado ao homem para compensar aquilo que ele não é..."
Francis Bacon
Um breve olhar sob suas macabras e oníricas distorções:
Três estudos para figuras ao pé de uma crucificação - 1944 |
Pintura - 1946 |
Estudo inspirado no retrato do papa Inocêncio X de Velasquez - 1953 |
Retrato de Isabel Rawsthorne - 1966 |
Retrato de George Dyer diante do espelho - 1968 |
Segunda versão do tríptico de 1944/1988 |